
Assumir um compromisso por toda a vida é tarefa difícil. O casamento é um deles. É fácil assumir um compromisso por toda a vida quando tudo está bem. Difícil é manter esse compromisso nos momentos em que as coisas complicam.
Com os investimentos é parecido, um compromisso por toda a vida. Também neles é fácil quando acabamos de encontrar um emprego, quando ganhamos um aumento ou enquanto ainda não temos família e filhos para alimentar, mas aí chega a vida real e nos mostra que manter esse tal investimento todos os meses, sem falta, não é tão simples assim. Nessa hora os investimentos acabam.
Sempre tive dificuldade com a regularidade. É diferente de não assumir seus compromissos. É esquecimento, é mudança de foco, é concentração tão grande em uma coisa nova que a anterior fica eclipsada. É dizer que todo mês vai investir em algo, mas os estudos levam a outro tipo de investimento e aquele original é esquecido por um tempo. E quando pensamos em voltar, já é tarde.
Outro inimigo da regularidade é ir com muita sede ao pote. Sofro disso também. Quando gosto de determinado investimento quero investir tudo de uma vez. As vezes, mais do que devia. A realidade chega e exige que eu desfaça uma parte da posição. Em um momento inadequado.
Encontrei nos consórcios de imóveis uma ferramenta para manter o compromisso regular de investimento. Todo mês chega a prestação. Pago primeiro a mim mesmo. Ao mesmo tempo, não vou com muita sede ao pote. Não há como investir uma bolada toda de uma vez, é prestação por prestação, mês a mês, um por vez. Já fiz mais consórcios do que a renda mensal permitia. Chamo isso de tocar fogo na bunda. Assumo um compromisso maior do que poderia e então levanto a bunda da cadeira e faço a realidade se dobrar ao novo patamar.
E você, investe regularmente? Consegue cumprir a regra número um dos investimentos, que é pagar primeiro a si mesmo? Deixa eu te ajudar nisso.
Meu compromisso é por toda a vida.
Uma curiosidade deste texto de hoje é que o original era bem maior, tive que editar, porque o escrevi como parte do #desafiodos30textos no Instagram, que tem como uma das regras publicar os textos lá. Nos primeiros, devido à limitação de 2200 caracteres como descrição, colocava “Continua nos comentários…” no final do texto e publicava os parágrafos seguintes abaixo.
Me dei conta, pelos comentários mesmo, que muitos acabavam não lendo a continuação. Então decidi testar a escrita de textos mais compactos, limitados realmente aos 2200 caracteres que o Instagram permite. O resultado, na minha opinião, ficou melhor que o original. Foi um exercício de corta daqui, reescreve outra frase dali, e melhora tudo no final.
Como escreveu Mark Twain, “desculpa se escrevo essa longa carta, mas não tive tempo de torná-la mais curta.” Editar é um processo que toma certo tempo, mas certamente o resultado final fica bem melhor e direto ao ponto.
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