Resumo do Meu Plano de Investimentos

Os amigos costumam me perguntar sobre meu plano de investimentos, que tipos de coisa eu gosto ou não, como escolho onde investir e os motivos dessas escolhas. Resolvi então escrever um pequeno artigo explicando como essas coisas funcionam na minha cabeça.

Moro em Porto Alegre, RS. Minha vida é tranquila. Gosto de coisas simples. Gosto de estar com minha família, ler um bom livro, escutar uma boa música. Gosto de passear e viajar. Viajo bastante de carro, adoro uma estrada. Quando tinha a Harley fazia diversos passeios mais curtos. De carro posso aumentar um pouco as distâncias. Tenho minhas próprias empresas, logo, trabalho com o que gosto. A Openweb é uma empresa especializada em Servidores Linux e Hospedagem de Sites. A Megacombo é uma representação da Administradora de Consórcios Rodobens. Nas horas livres costumo escrever aqui no Moeda Corrente, tentando ajudar outras pessoas a alcançar a independência financeira.

A Megacombo nasceu a partir dos meus investimentos pessoais em consórcio. Deu tão certo que escrevi um artigo explicando o que fazia na época (e continuo fazendo hoje) e muitos amigos escreveram querendo fazer o mesmo. Com a quantidade de gente que indiquei para a Rodobens me convidaram para ser representante deles. Adorei a idéia, pois sendo representante eu teria acesso a mais informações e com essas, poderia fazer melhores escolhas para meus investimentos.

Meu plano de investimentos é relativamente simples. Acredito que a simplicidade nos leva a boas escolhas. Não acredito em investir em coisas que eu não compreendo. Todo o dinheiro que ganho é alocado seguindo alguns poucos princípios básicos. Quando eu respeito esses princípios as coisas vão bem. Quando extrapolo (não sou perfeito), esses deslizes costumam cobrar seu preço.

O plano visa me dar as coisas que preciso, nesta ordem:

  • Segurança
  • Tranquilidade
  • Conforto
  • Luxo

Segurança

A segurança é essencial e bastante abrangente. Mas o mais importante é estarmos aqui para poder usufruir de todo o resto. Então a primeira coisa que faço é garantir a saúde física e financeira da família. Essa questão foi relativamente simples de resolver e não exigiu nenhum investimento direto até agora pois tanto eu como minha esposa temos a sorte de contar com os planos de saúde de nossos pais. É uma benção poder contar com isso e saber que as coisas estarão sob controle caso apareçam nuvens negras.

Outra coisa que está sempre presente em relação a segurança, são os seguros propriamente ditos. Atualmente não possuo seguro de vida direto. Digo isso porque possuo seguro de vida indiretamente. Meus consórcios possuem um seguro integrado, garantindo a quitação das cartas caso ocorra o pior. Além disso posso contar com os seguros de vida automáticos do cartão de crédito, quando usado para comprar passagens aéreas.

Quando nascerem meus filhos, tenho que reavaliar essa questão toda. O objetivo será desenhar um seguro eficiente que garanta a educação deles até o final da faculdade.

Lembrando que o melhor seguro que existe sempre é aquele que a gente não precisa usar.

Tranquilidade

A tranquilidade pode ser confundida com a segurança, mas são coisas diferentes. A tranquilidade significa não passar por apertos desnecessários. Significa possuir uma reserva financeira suficiente para cobrir alguns meses ou anos de vida, mesmo que deixemos de ganhar dinheiro com nosso trabalho. Alguns se sentem confortáveis tendo o equivalente a três meses de salário na poupança, outros precisam do equivalente a 12 meses para se sentir seguros. Outros precisam de ainda mais. O importante é o auto-conhecimento. É saber das nossas capacidades de gerar renda e quanto tempo levamos para nos levantar no caso de uma queda. Essas quedas podem ser uma demissão para quem é empregado, uma baixa do mercado para quem é autônomo ou uma falência para quem é empresário.

Pessoalmente um número que me agrada é três anos de reserva para manter o padrão de vida atual. Cada um sabe o quanto seu sapato aperta.

Conforto

Conforto implica em coisas que gostamos de ter e que depois de as ter não queremos abrir mão. Pode ser, por exemplo, uma viagem para o Nordeste todo ano, um carro com ar-condicionado… São os aumentos no nosso padrão de vida. É um apartamento maior, é um sofá novo, é uma TV Plasma ou LCD.

O conforto vem depois da tranquilidade na minha cabeça. Então não tem sentido para mim, trocar de carro ou apartamento caso precise utilizar a reserva de tranquilidade descrita acima para isso. E ainda tenho a sorte de ter casado bem, pois minha esposa compartilha comigo dessa idéia.

Ou seja, tendo a segurança e tranquilidade garantidas, o que ganho pode ser dividido para adquirir mais conforto e luxo. Quando então passamos para a última necessidade…

Luxo

O luxo é relativo ao padrão de vida de uma pessoa. Conheço pessoas que ganham dinheiro suficiente para digirir BMW e Harley-Davidson, totalmente quitadas. E conheço pessoas que fazem o mesmo financiando esses sonhos. Para os primeiros isso não é luxo, é conforto. Para os outros é luxo. Não sou contra as pessoas fazerem esforços extras para alcançar seus luxos. Mas não compreendo que as pessoas façam isso antes de garantir o essencial. Mas como eu escrevi antes, esse é apenas o meu pensamento, cada um é livre para ter o seu.

Então passamos ao que interessa:

Plano de Investimento Básico Para Uma Vida Completa

Viver em um padrão compatível com a receita mensal. Isso significa viver com no máximo 70% do que ganhamos. Podemos estar em diferentes momentos da vida, então vou listar algumas das possibilidades:

Sem reserva e com dívidas
Dos 30% que sobram mensalmente (tem que sobrar, se não sobra é porque estamos vivendo acima do padrão que podemos viver), 10% vão para construir o fundo de tranquilidade e os 20% restantes vão para quitar as dívidas. Simples assim.

Com reserva e com dívidas
Todos os 30% são usados para pagar as dívidas. Não se toca na reserva de tranquilidade. E não se faz mais dívidas, obviamente.

Sem reserva e sem dívidas
Usamos os 10% para construir a reserva de tranquilidade e os 20% restantes podem ser usados de duas maneiras: todos 20% investidos em algo que nos permita aumentar o padrão de vida, por exemplo, um curso de especialização ou um consórcio que irá se transformar em um imóvel que gera renda mensal ou então dividir isso de vez em quando e se presentear com algum luxo, usando 10% para isso. Outra coisa que pode ser feita é usar os 20% para acelerar a construção da reserva de tranquilidade. Mas prefiro a primeira alternativa, pois constrói valor de longa duração.

Com reserva e sem dívidas
Essa é a melhor situação. Usamos 10% para coisas que aumentem nosso padrão de vida. Isso não significa usar esse dinheiro para comprar um carro melhor e sim investir em algo que nos permita ganhar mais dinheiro todos os meses. Pode ser um curso, pode ser um fundo de investimentos, pode ser um imóvel. Algumas pessoas podem querer investir em um negócio de tempo parcial. Vale tudo, desde que observemos o objetivo de aumentar a renda.

Os 20% restantes podem então ser usados junto com os 10% anteriores, pode ser usado para aumentar nosso conforto, ou pode nos permitir adquirir algum luxo. O importante é o equilíbrio. De nada adianta juntar dinheiro indefinidamente se não for para usar nas coisas que nos dão prazer.

E finalmente, com o plano básico traçado, explico onde eu invisto, lembrando os percentuais acima são os valores mínimos. Então se alguém consegue viver bem com 50% do que ganha e dividir os 50% restantes nas outras categorias, fique a vontade. O que não funciona é fazer financiamento e se iludir achando que porque consegue pagar as prestações está vivendo de acordo com seu padrão. Use uma parte dos 30% para pagar esses luxos extras. No meu caso, vivo com aproximadamente 50% do que ganho. O resto, divido em aumentar o patrimônio (e consequentemente o fluxo de caixa), melhorar o padrão de vida e dar alguns luxos e presentes para minha esposa e eu.

Os 50% que sobram todo mês e alguns extras que ganho com negócios esporádicos são divididos entre investimentos para aumentar o patrimônio, investimentos para aumentar o fluxo de caixa mensal e luxos e confortos como viagens ou presentes. Da parte que vai para investimentos, quase tudo vai para pagar os consórcios que tenho em andamento. O objetivo disso é construir patrimônio para dar um grande salto no padrão de vida daqui a 10 anos. Poderia viver atualmente nesse padrão de vida melhorado mas se fizesse isso, daqui a 10 anos teria que continuar trabalhando tanto quanto hoje. Meu objetivo é daqui a 10 anos dar o salto no padrão de vida e ao mesmo tempo diminuir drasticamente a necessidade de trabalhar. O pouco que sobra, invisto em renda fixa e um pouquinho menos em ações. Quando a bolsa despencar, aumento a quantia que dedico às ações. O segredo é comprar na baixa e vender na alta.

A medida que as cartas de consórcio forem contemplando, vou adquirindo imóveis para alugar e deixando que os aluguéis paguem as prestações restantes. Com isso posso fazer novas cartas que serão pagas com o valor que antes pagava a carta que agora foi contemplada. Em 12 anos terei, com certeza, todas as cartas atuais já quitadas e transformadas em imóveis. Com a renda que isso irá me gerar, atinjo meu objetivo inicial de poder parar de trabalhar. Como só trabalho com o que gosto, não irei parar totalmente, então estarei ganhando mais do que ganho hoje e trabalhando bem menos.

É simples assim. Sei o que quero, sei o tempo que vai levar e não deixo de viver bem enquanto vou construindo isso tudo. Meu objetivo em descrever isso é ajudar quem lê este artigo a fazer o mesmo. Realmente acredito que os consórcios podem nos ajudar a encurtar o tempo necessário para atingir nossos objetivos. Se quiser seguir este plano, estou a disposição para ajudar. Acesse o site www.megacombo.com.br e entre em contato.

Autor: Fabricio S. Peruzzo

Papai investidor, marido, polímata, empreendedor, curioso. Tranquilidade financeira é qualidade de vida.

9 comentários em “Resumo do Meu Plano de Investimentos”

  1. Oi Fabricio,

    Não tinha lido esse texto seu, ainda. Depois de vê-lo mencionado no Phd resolvi ler.
    Muito interessante a forma organizada como você coloca as coisas, sou a essência do que escreveu(talvez com pequenas diferenças), e por isso, talvez, tenho a tranquilidade de por exemplo hoje, se perder alguma renda, não ficar desesperado como vejo as pessoas ficarem. Acredito que ter muito claro o que fazer com o dinheiro, nos coloca numa posição melhor de tomar nossas deciões do dia a dia. Sempre gostei também de vida simples. Tirando os gastos com investimentos(fluxo de caixa de direciono para esses fins), percebo uma significativa quantia guardada para uns 3,4 anos. Isso foi atingido justamento seguindo intuitivamente esses passos que descreve no texto.

    Abraços
    Pablo Cantu

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    1. Oi Pablo,

      Legal te ver aqui pelo site!

      Uma coisa que temos sempre que ter o cuidado de observar, é equilibrar as coisas. Por exemplo, definir o nosso limite de segurança, por exemplo, em 3 anos. E então, a medida em que as reservas aumentam, aumentarmos nosso custo de vida de acordo, nos permitindo mais prazeres, mais passeios, mais objetos que nos deixam felizes, mais conforto no carro e na casa, mas permanecendo com a segurança do prazo que nos permite sentir essa segurança.

      Ou seja, a segurança não é medida em valores monetários, mas sim em tempo que estes valores mantém o nosso padrão atual de vida.

      Porque senão corremos o risco de juntar uma montanha de dinheiro e nunca usar ele para nos proporcionar experiências de vida.

      Abraço.

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  2. Olá xará…

    Primeiramente parabéns pelos seus textos, descobri recentemente os sites que vc escreve e me identifiquei muito com sua forma de pensar e, principlamente, com a forma clara e objetiva com que vc escreve.

    Tenho uma dúvida. Esse seu plano de investimento foi escrito em 2007 e várias coisas aconteceram na economia e na sua vida nesse período. O que vc mudaria hoje nesse plano ???

    Veja, claro que se vc tiver um filho por exemplo, algumas coisas precisam ser alteradas. Mas falo na idéia geral do plano, independente das circunstâncias vividas no momento.

    Pergunto porque é bem comum mudarmos de opinião ou interpretarmos conceitos de forma diferente com o passar do tempo e com a experiência que adquirimos.

    Mais uma vez parabéns e um forte abraço !!!

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    1. Oi Fabricio Ramos,

      Desde metade de 2008 algumas coisas significativas aconteceram. Meus rendimentos de todas as fontes aumentaram de forma brutal. Nota que apesar de ser uma mudança muito positiva ela gera “questões” que poderiam não ter sido pensadas na realidade anterior. Os exemplos que dei, por exemplo, não seriam os mais adequados a essa realidade.

      O que é engraçado, no entanto, é que meu plano de investimentos na verdade trata mais do meu plano de vida do que dos investimentos propriamente ditos. Meu plano de vida me dá a direção do que é importante para mim e em que ordem. Então sabendo que preciso de segurança, tranquilidade, conforto e luxo nesta ordem estrita me ajudam a tomar as decisões mais adequadas.

      Peguemos como exemplo meu apartamento novo. Ele é muito maior (3 vezes) que o anterior. E no início de 2008 era um passo muito maior que a perna. Iria modificar minhas prioridades em relação a tranquilidade para conseguir dar este passo. Mas comecei a ensaiar este movimento. E enquanto ensaiava, outras coisas iam acontecendo. Quando chegou a hora de realmente comprar, tudo estava no seu lugar. Minha tranquilidade seria “abalada” por apenas 2 meses, prazo em que meu fluxo de caixa ficou meio bagunçado para dar conta de todos os custos envolvidos. Mas ao usar os consórcios para adquirir o apartamento acabei resolvendo a questão de ficar sem reservas e consegui manter minhas reservas de emergência menores, porém suficientes para minha definição de tranquilidade.

      A compra do apartamento também me levou a muitas reflexões, algumas das quais me levaram a vender minha parte na empresa de internet e me dedicar apenas a empresa de consórcios, a Megacombo. Ter um apartamento muito maior também me permitiu montar um escritório em casa, então meus custos em casa aumentaram mas ao mesmo tempo meu custo total diminuiu ao não precisar alugar uma sala comercial e manter telefone, luz, etc, tudo em dobro.

      Hoje, com todas as mudanças que passei, meu plano de investimentos continua exatamente igual. Parte do que ganho paga minhas despesas mensais, parte paga os consórcios onde invisto, hoje bem mais do que antes. E parte vai para um fundo de renda fixa que uso para pagar mais algumas cartas extras de consórcio ou os lances de quando obtenho alguma contemplação. O plano continua igual porque ele é coerente com meu plano de vida. Ganhar mais me permite gastar mais e ao mesmo tempo investir mais. São dois lados crescendo juntos.

      Apesar de já ter atingido a independência financeira, ainda tenho o objetivo de aumentar meu padrão de vida. E mais que isso, de realizar este aumento sem perder a independência. Ajuda muito o fato de trabalhar com algo que gosto e faço para mim mesmo. Então tudo mudou e nada mudou ao mesmo tempo.

      Abraço,
      Fabricio.

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  3. Olá Fabrício!

    Muito interessante sua história e seu desempenho. Parabéns, pois você soube dividir bem os interesses principais de sua vida…profissional (financeira) e familiar, mantendo equilíbrio. Não podemos viver além do que o padrão de vida nos permite, nem tampouco podemos viver juntando dinheiro indefinidamente sem aproveitar os prazeres que existem enquanto vivemos. “Esforço para alcançar o vento”! Infelizmente a maior parte vive uma dessas formas. Consequentemente, fica doente, muito provável do coração, sob tensão por haver tantas dívidas, ou morre sem desfrutar os prazeres da vida, se preocupando só em juntar dinheiro.
    Enviarei sua página para meu pai e meu irmão, que por sinal, embora jovem segue um ritmo dentro dos seus “princípios de investimento”. Da sua história com certeza, aprendi lições.

    Abraços,

    Rosely

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  4. Caro Fabrício,
    seria interessante você conhecer, caso nao ainda, as necessidades de maslow. Interessante.

    Abc.
    Marcos.

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  5. Fabricio.

    Eu tenho 24 anos e uma renda liquida mensal de cerca de 2.600,00.

    Só uso 30% desse dinheiro para viver e saldar minhas dívidas. Os 70%, as vezes 75% desse dineiro eu ponho na pupança para daqui a tres meses quitar um emrestimo consignado que tirei para comprar um carro.

    Tenho um terreno na Avenida daqui da minha cidade onde pretendo, afinal desses tres meses, contruir um imóvel de tres andares para alugar.

    Creio que esse imovél va me gerar uma renda de alugeu lde cerca de 5.000,00. E sua construção eu pretendo fazer com o Construcard da Caixa.

    Quero muito que depois dele eu possa adquirir outros e outros para gerar cada vez mais renda.

    Qual sua opinião.? Qual deve ser o caminho mais rápido que devo seguir depois desse imóvel pronto? Consórcio, ou usar o dinheiro da renda para comprar outros imoveis a vista? Vc acha que eu estou indo pelo caminho certo?

    Abraço!!

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