Como sou bonzinho…

Hoje recebi um email perguntando porque eu ajudava as pessoas sem receber nada em troca. Minha vontade era de responder que ajudo porque sou bonzinho, mas não seria a resposta mais completa para a questão. Então resolvi escrever um pouco mais sobre esse assunto.

Não lembro onde li ou quem me falou a seguinte frase:

“Se os malandros soubessem como é mais lucrativo ser honesto, seriam honestos nem que fosse por simples malandragem.”

Tem outra frase que gosto muito, também sem fonte ou referência, desta vez por preguiça de procurar:

“Ajude as pessoas a resolver os problemas que possuem e você nunca terá problemas em ganhar dinheiro.”

O email que recebi perguntando porque ajudava as pessoas sem receber nada em troca tratava especificamente do investimento em imóveis através dos consórcios, minha especialidade e assunto sobre o qual escrevi uma quantidade imensa de textos. Sobre este assunto, a resposta poderia ser simples: “recebo comissão quando vendo cartas novas de consórcio, o restante do meu serviço é feito gratuitamente para fidelizar os clientes”. Só que a resposta real não é simples assim, pois quando comecei, lá em 2003, com o primeiro texto que escrevi explicando como estava investindo meu dinheiro através dos consórcios imobiliários, não possuía a Megacombo nem ganhava um tostão pelas indicações que eventualmente fazia para quem vendia as cartas de consórcio.

Escrevi o texto original explicando este investimento simplesmente para me ajudar a entender melhor como eu próprio estava investindo e, mais que isso, para que o processo de escrita me ajudasse a pensar em maneiras de otimizar este investimento e localizar eventuais pontos fracos. Divulgar o texto no site que mantinha para meus estudos sobre investimento ajudaria outras pessoas, isto era um bônus. Já tinha o texto pronto para meu próprio uso, ajudar outras pessoas com tal texto não me custava nada, e na minha opinião sincera, geraria boas vibrações.

Quantas vezes já havia lido textos que me ajudaram a crescer sem precisar quebrar a cara por conta própria para aprender determinadas lições? Muitas. Era bom estar agora do outro lado da equação, um texto que eu havia escrito iria ajudar outras pessoas a investir de maneira melhor, mais lucrativa e mais segura. Então, se na época não ganhava nada financeiramente ajudando as pessoas a conhecer esta nova maneira de investir que havia descoberto, ganhava o bem estar de saber que um texto meu, algo que eu mesmo havia produzido, estava ajudando outras pessoas. Desculpa se sou redundante nesta questão, mas o benefício é tão óbvio, e ao mesmo tempo tão obscuro para quem nunca se sentiu recompensado por algo que fez sem buscar recompensa, que faço questão de deixar claro: “não há coisa melhor do que o sentimento de valor próprio, e não há forma mais simples de obter este sentimento de valor próprio do que ajudando outras pessoas”. Então, de certa forma, podemos dizer que todo ato de ajudar os outros com desprendimento pessoal, é na verdade, um pequeno ato de busca de reconhecimento. Mesmo quando ajudamos de forma anônima isto é verdadeiro, porque o sentimento de valor pessoal somente pode ser sentido por nós mesmos, de dentro para fora, ou seja, não importa os outros saberem ou não o que fizemos: nós sabemos.

O mais engraçado de tudo isso é como a vida dá voltas, e algo que fazemos sem nenhuma segunda intenção, com a simples vontade de aprender algo (no meu caso naquela época, a compreender melhor os assuntos que estudava e a aprender a escrever textos melhores), pode voltar para nós de maneiras completamente inesperadas. No meu caso, a explicação de como estava investindo voltou para mim na forma de inúmeras pessoas querendo fazer o mesmo e me perguntando se os podia ajudar. Além disso, fiz vários novos amigos interessados nos assuntos que discutia no artigo, no caso, investimentos em geral e investimento em imóveis de maneira mais específica.

Deste início inusitado para hoje, foram quase dez anos em que saí de um aprendiz para um mestre no assunto, ajudando centenas de pessoas a lucrar e realizar seus sonhos. A cada novo amigo que ajudava, mais realizado me sentia. E assim, ajudando e recebendo de volta as boas vibrações de cada uma destas pessoas maravilhosas, acabei montando minha própria empresa para representar a administradora de consórcios que me atendia e continua me atendendo, a Rodobens. Vendi minha parte na empresa de internet que possuía e acabei me dedicando em tempo integral a ajudar as pessoas a investir utilizando os consórcios imobiliários como alavanca. Fiz isso justamente na época em que havia atingido a independência financeira, quando teoricamente poderia deixar de trabalhar, mas sou inquieto demais para ficar de papo pro ar, sempre busco algo útil e prático para fazer. Ajudar as pessoas, sentir o prazer da auto-realização e ainda receber para fazer isso, estava completa a fórmula da felicidade.

Então faço o que faço porque sou bonzinho com os outros. E sendo bonzinho com o mundo, o mundo simplesmente retorna sendo bonzinho comigo. Esta é a fórmula do sucesso e da felicidade que encontrei para minha vida. Se precisar de ajuda para encontrar a fórmula que funcione para você, vai ser um prazer conversar a respeito.

Autor: Fabricio S. Peruzzo

Papai investidor, marido, polímata, empreendedor, curioso. Tranquilidade financeira é qualidade de vida.

7 comentários em “Como sou bonzinho…”

  1. what goes around comes around…e mesmo que nao volte,é mto bom ajudar os outros.Tem uma outra frase sobre o mesmo assunto: “Se os homens soubessem a vantagem de ser bom,seriam bons até por egoísmo”, e até onde sei é da autoria de Santo Agostinho.

    Abraços!

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  2. Gostei do texto !!
    Você é um cara que admito, faz que o seu trabalho seja a ajuda as pessoas a prosperarem.
    As pessoas crescem, você cresce junto, honestamente.
    Acompanho você desde o primeiro texto no Papo de homem e, desde então, pelo RSS de todos seus sites e Twitter, além de ter seu livro autografado !

    Espero um dia trabalhar com você 😉

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  3. Em uma de suas músicas o Raulzito diz: “o meu egoísmo é tão egoísta que o auge do meu egoísmo é querer ajudar”! 🙂 Sábio Raul que, talvez mesmo sem saber, confirmava a teoria neo-darwinista que Dawkins muito bem colocou n”O gene egoísta”: o altruísmo nada mais é que uma forma de egoísmo, pois, ajudando, recebemos ajuda! 🙂

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  4. Olá Fabricio,

    Você sempre com insights com um timing perfeito e colaborando pessoas como eu. O artigo veio em boa hora pois passo pela mesma situação, o meu novo site é o seguinte:

    http://www.corporacaoideias.com.br

    que tem esta mesma proposta em ajudar as pessoas e assim acabar sendo ajudado, mesmo que as pessoas pensem ao contrário ou torça o nariz para a proposta, penso da mesma maneira que a sua. Por certo pode ter certeza que me inspirei nas suas histórias e agora estou tocando meu próprio negócio. Fique certo que já indico seu site há muitos amigos que também se inspiraram com suas ideias!

    Parabéns!

    Até mais!

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