Uma história sobre metas

Tenho um amigo que está iniciando um novo negócio. Ele sempre foi funcionário de outras empresas e ganha um valor razoável para viver, apesar de que o fato de trabalhar em outra cidade exige que ele acorde todos os dias as 5h da manhã e vá dormir depois das 23h.

Esse amigo é casado, chega em casa exausto depois de quase duas horas da viagem de volta. É jantar e dormir, pois geralmente as horas extras exigidas pelo empregador faz com que ele saia do serviço depois das 19h. No fim de semana, geralmente dorme o tempo inteiro para conseguir recuperar um pouco as energias para aguentar mais uma semana que vem pela frente.

Eu pergunto: isso é viver?

No meio deste ano ele resolveu vencer essa rotina. Decidiu abrir o próprio negócio usando as horas livres (quais?) para iniciar uma empresa de hospedagem de sites na internet. Começou bem, ao invés de tentar aprender tudo sozinho e economizar uns trocados neste início, decidiu começar sua empresa seguindo um plano que já havia sido implementado por diversas outras pessoas com absoluto sucesso. Como sei disso? Simples, ele entrou em contato comigo e ajudei a desenhar o funcionamento da empresa dele. Ao invés de começar do zero, ele começou contando com meus quase 20 anos de experiência de trabalho na internet.

Eu sei que o tempo de aprendizado que isso economizaria seria o suficiente para que ele atingisse o sucesso no final do primeiro ano. Ainda faltam seis meses para terminar este prazo, então as chances disto acontecer ainda são bastante grandes. Mas essas coisas não acontecem de uma forma linear, então, no início, as coisas podem parecer andar bem devagar em alguns momentos.

Alguns problemas aconteceram logo no início, como a escolha de um contador que levou mais de três meses para reativar uma empresa que ele já tinha aberta. Ou a demora em abrir uma conta no banco, necessária para poder enviar os boletos de cobrança. Mas o maior desafio não era técnico ou administrativo. O maior desafio é vencer a mente do assalariado. É conseguir mostrar que a luz no fim do túnel existe e que para alcança-la basta continuar caminhando em direção a saída.

Junto com o provedor de hospedagem de sites, ele decidiu também montar uma empresa de desenvolvimento de sites. Isso tornaria mais fácil a venda de hospedagem para clientes finais, que normalmente também precisam do desenvolvimento do site e ainda traria o benefício de trazer dinheiro rapidamente para dentro da empresa. Mas para isso, haveriam outros desafios, o maior deles, o tempo necessário para fazer as vendas, atender os clientes, desenvolver os sites e fechar as parcerias com outros desenvolvedores que pudessem auxiliar em todas as etapas que ele não conseguiria fazer sozinho por permanecer no emprego que já tinha.

Então hoje, recebo um email dele dizendo que estabeleceu uma meta! Poxa, já tinhamos concordado com algumas metas mensais que iriam aumentando gradativamente ao longo dos meses de forma a chegar no final do primeiro ano com a quantidade de clientes suficientes para pagar as contas e manter ele e a esposa. Claro que para que essas metas pudessem ser cumpridas, teriam que ser mensalmente observadas e caso não atingidas, analisados os motivos para não terem sido alcançadas.

Mas voltando ao ponto que quero analisar, ele fala que estabeleceu uma meta, o que não é verdade. O que ele estabeleceu foi um ponto de abandono do projeto. Ele, ao invés de estabelecer uma meta, estabeleceu uma quantidade de clientes que se não atingida o permitiria abandonar o provedor, o sonho de independência e a volta a sua rotina diária de trabalho, trabalho e trabalho. Parece que a rotina diária o fez esquecer de que a vida é feita de trabalho e lazer, equilibrio.

Uma meta é um ponto que determinamos atingir em um tempo determinado. É um balizador, não uma condicional. Se não a atingirmos, o que precisamos fazer é estudar os motivos do nosso fracasso. Pode ser que tenhamos nos atribuído uma meta muito maior do que a possível, pode ser que não tenhamos nos dedicado a ela com todo o empenho, pode acontecer alguma mudança externa que não tenhamos gerência e que nos impossibilite de realizar o planejado, pode não ter havido planejamento…

E então ele termina o email tentando um pensamento positivo: “mas não creio que isso irá acontecer”, fazendo referência a abandonar seu novo negócio.

Pensamento positivo não serve para nada se as ações são negativas. Não adianta escondermos a cabeça em um buraco e tentar não ver a realidade. A responsabilidade pelos nossos resultados é totalmente nossa. Nossas ações sempre definirão os resultados que iremos alcançar.

Então, se você está passando por algo parecido, tome o rumo da situação. Pule no trem que está passando e faça o que for preciso para atingir os resultados que você procura.

Eu estou neste mesmo trem em relação a minha empresa de consórcios, a Megacombo. Nos últimos três meses, falei com mais de 250 pessoas explicando como funciona o investimento em consórcios. Claro que estou tendo resultados ótimos, estou trabalhando para isso todos os dias. Não fico esperando as horas passarem, corro atrás do tempo.

Se você fizer a sua parte, não tem como não alcançar o sucesso. Se você prefere ficar reclamando da crise, da falta de oportunidade, da falta de tempo, do cansaço, do excesso de tarefas, problema é seu. Mas sei que esse não é seu caso, se fosse, não teria lido esse texto até o final.

Abraço, boa sorte e sucesso!

Autor: Fabricio S. Peruzzo

Papai investidor, marido, polímata, empreendedor, curioso. Tranquilidade financeira é qualidade de vida.

4 comentários em “Uma história sobre metas”

  1. Oi Fabricio,

    Esta narrativa foi fantástica, porque embora tenha sido referente a um mal testemunho, faz com que a reflexão seja uma consequência natural após a leitura.

    Abraço
    Alex

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  2. Perfeito, Fabricio.

    É difícil escapar da armadilha do emprego, que prende a pessoa na rotina, e limita sua liberdade. Às vezes as pessoas me perguntam porque eu trabalho nos domingos e feriados, de noite, enquanto todo mundo está vendo TV ou fazendo festa, sendo que eu já tenho independência. Eu gosto e uso muito uma frase que aprendi:

    “Eu faço hoje o que as pessoas não querem fazer, para poder fazer depois o que elas gostariam de fazer, mas não poderão.”

    Independência financeira não é facil de conseguir, tem que trabalhar muito. O que as pessoas precisam aprender a avaliar, é se o que estão fazendo hoje, da maneira que estão fazendo, e por quanto tempo estão fazendo, se isso os levará a independência ou não. Se a resposta for não, algo deve ser mudado. Mudanças trazem medo e críticas, mas devem ser feitas. Ouvi dizer certa vez que eu pensava muito em dinheiro, então respondi: prefiro pensar em dinheiro e dormir tranquilo, do que não dormir pensando na falta dele.

    Abraços e sucesso!!

    Raphael Koppe

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