Veneza

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Veneza é linda! Veneza é tão diferente de tudo a que estamos acostumados que a cada passo descobrimos alguma novidade. Ao chegar na estação de trens, ou melhor, ainda antes disso, vendo a cidade se aproximando enquanto atravessávamos a ponte, já dava para nos admirarmos com o visual das fachadas, alí, na beira do mar, rente ao mesmo, sem uma areiazinha para separar. Saindo da estação damos de cara com o grande canal, que é como chamam o canal que corta, serpentuosamente, as ilhas principais que formam Veneza. Logo ao lado, a ponte que nos leva ao pedaço de terra em que fica nosso hotel, e neste momento, a primeira dificuldade aparece.

Vou relevar e apenas citar o fato de haver dezenas de degraus na ponte e de termos malas pesando mais de 25Kg para arrastar para cima e para baixo e tratar da dificuldade real. Não bastasse a rua do nosso hotel não estar no mapa, e neste momento a pesquisa prévia no dia anterior nos salvou, thanks Google Maps, a maior dificuldade era entender o mapa que tinhamos em mãos, pois as ruas desenhadas simplesmente não existiam! Andamos para um lado, andamos para o outro e nada. O mapa mostrava uma rua larga antes de um canal pequeno. O canal pequeno estava lá, apesar do mapa não mostrar a pontezinha sobre o mesmo. Pensando ser o canal errado, caminhamos até o seguinte, chegamos a uma ponte enorme que cruzava o grande canal, bem depois de onde deveria ser nossa rua, e nada. Entramos em uma loja próxima e não conheciam a rua que deveria estar ao lado da mesma. Então resolvemos tentar descobrir o que havia em uma pequena entrada entre dois prédios, um espacinho onde passava apenas uma pessoa por vez, caminhar de mãos dadas, nem pensar, só em fila indiana. Era a rua que procurávamos, enorme no mapa, da largura de uma porta estreita na vida real. Proporção para quê?

ruaVenezaVeneza é um labirinto de ruelas, espacinhos, curvas e pontos sem saída, tudo entrecortado por canais onde nem sempre há uma ponte para atravessar. É um choque nas primeiras horas, mas logo em seguida nos acostumamos e nos tornamos locais, dando dicas aos turistas ainda perdidos pelas ruelas.

Decidimos então o trajeto que faríamos no dia seguinte. Caminharíamos até a Piazza San Marco para conhecer Veneza ao longo do percurso. A idéia era ir por um lado e voltar pelo outro. No meio do percurso, ao encontrar um ponto de referência e examinarmos o mapa, notamos estar 800m ao sul de onde pensávamos estar. É fácil se perder no meio deste labirinto. Lembrando que 800m em uma ilha que tem pouco mais de 2Km é uma diferença considerável. Corrigimos nosso percurso e em poucos minutos estávamos em nosso destino.

A Basílica de San Marco, com teto e paredes forradas de imagens feitas de mosaicos, a maior parte dourada, é simplesmente indescritível. Ver de longe é impressionante, mas chegar perto e ver que tudo é feito com pedrinhas de menos de 5mm torna tudo ainda mais inacreditável. Não são permitidas fotos, e lá foi um dos poucos locais onde os seguranças ficam ao lado das pessoas pegas fotografando, até apagarem as provas de seus atos proibidos. Há uma parte externa onde são permitidas fotos, com o mesmo tipo de trabalho interno, mas uma foto não consegue mostrar o que vimos, é uma igreja para ser vista com os próprios olhos para nos darmos conta da sua grandeza.

Depois disto caminhamos mais um pouco, marcamos com X no mapa os prédios que íamos conhecendo, visitamos mais algumas igrejas e então partimos para a aventura.

A melhor maneira de conhecer realmente Veneza é fazer como o pessoal local. Compramos um passe de 12h para os barcos-ônibus e logo embarcamos em um que passava por todo o grande canal. Durante vários minutos voltei a ser criança, passeando de barco ao longo do grande canal, fotografando, olhando os prédios, vendo as fachadas mais lindas, impossíveis de serem vistas por quem está em terra firme.

Pegamos então outra “linha” e conhecemos outra ilha. E mais uma troca de “linha” nos levou para Lido, onde há a praia e onde aconteceu o festival de cinema de Veneza dois meses antes. Quando fomos, estava vazia como qualquer balneário no inverno, mas foi legal conhecer e ver como eram as praias, com áreas particulares onde as pessoas possuem pequenas cabaninhas, pequenas mesmo, quase que um banheirinho particular onde trocam de roupa e deixam suas coisas enquanto aproveitam o sol e o mar. Centenas dessas cabaninhas, uma ao lado da outra.

cabanasLido

E assim, em apenas um dia, conhecemos Veneza. A noite ainda pegamos um barco para ver a Piazza San Marco iluminada a noite, mas foi apenas para a decepção de ver que Veneza não sabe se vender a noite, ao menos não no inverno. Estava tudo escuro.

Se não estivéssemos tão cansados, queria ter assistido a uma das inúmeras óperas e concertos que acontecem a noite em várias igrejas e teatros. Mas isto fica para uma próxima viagem, porque agora que fui contagiado pelo vírus do viajante, não paro mais 🙂

Fotos em: http://www.flickr.com/photos/fperuzzo/sets/72157622624835565/

Autor: Fabricio S. Peruzzo

Papai investidor, marido, polímata, empreendedor, curioso. Tranquilidade financeira é qualidade de vida.

4 comentários em “Veneza”

  1. Que delícia de viagem, hein Fabricio ?
    Estou fascinado com lugar apenas pela maneira que tu descreves 🙂

    Abs
    Alex

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  2. Bah cara, eu fui pra lá no uma semana depois de ti e peguei uma baita neve, -11 celsius, e a famosa aqua alta,, mas fiquei 2 dias, entao deu pra ver tudo também !

    Abraço

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